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Essa subida é tanto mais lamentável quanto a legislação portuguesa, não sendo das mais avançadas da Europa, tem ainda assim evoluído positivamente no sentido de criar condições para a paridade total.

Se assim não ocorre, julgo que isso se deve à radicalização de uma atitude liberal de capitalismo selvagem que resulta da crise económica. Ou seja, numa situação de crise, de aflição, empresas e gestores tendem a regredir em tudo o que diz respeito à humanização e democratização da práticas empresariais. Para mim, a igualdade entre homens e mulheres não é já uma questão politica, é uma questão humana básica, como a pobreza, o racismo ou a violência doméstica. Não se resolve com boa vontade, resolve-se com pulso e firmeza. Não se pode tolerar a diferença. Seja salarial ou qualquer outra.

Contributo para a solução do problema? Talvez esta: inverter a tendência política e legal vigente. Até agora, os governos têm procurado legislar no sentido de aproximar os direitos, diminuir diferenças, tornar paritários direitos e deveres, dar mais benefícios às mulheres. Talvez esteja na hora de começar a legislar no sentido de punir quem o não faça, de carregar impostos em quem viole normas, de forçar comportamentos paritários.

Ou seja: acabar com o paternalismo das normas consensuais e ser firme na imposição de leis que impeçam qualquer forma de discriminação.

Se um Governo é capaz de criar um imposto verde que aumenta o preço dos sacos de plástico de 2 para 10 cêntimos em nome do ambiente, pode bem taxar fiscalmente as empresas que praticam disparidade salarial entre homens e mulheres, cobrando coercivamente essa diferença e fazendo reverter o lucro dessa cobrança para, por exemplo, instituições que se dediquem aos direitos das mulheres. É apenas uma ideia…

 

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Depois de contactarmos, via email Rita Domingues, uma cientista, e partilharmos com ela o nosso projecto, ela a nosso pedido deu a sua opinião e a sua experiência quanto às diferenças salariais entre géneros.

No meio em que trabalho, não há qualquer diferença salarial entre homens e mulheres... As diferenças têm a ver com grau académico, nunca com género. Sei que o problema existe, claro, e é um problema que deve ser resolvido, pois não vejo justificação nenhuma para, sendo o trabalho o mesmo, o homem ganhar mais que a mulher. Mas é um problema com o qual eu, de facto, nunca me deparei na minha carreira (felizmente!).

Opiniões

 

Opinião de Pedro Rolo Duarte referente ao aumento da disparidade salarial entre géneros, em Portugal.

Pedro Rolo Duarte é um jornalista, blogger e apresentador de programas na rádio e na televisão.

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